Final Europeia Low Cost – Artigo 1 Concurso

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Ir a uma final europeia é o sonho de qualquer adepto de futebol e eu sou um adepto de futebol. A minha namorada não é mas fazer umas férias low cost num país fantástico é o sonho de qualquer namorada de um adepto de futebol. Por isso partimos os dois rumo à Irlanda.Geralmente as finais de eventos desportivos são períodos muito concorridos. Podem não ser uma típica época alta mas são, sem dúvida, uma alta época atípica. Daí que, como já dizia a minha professora de economia da pré-primária, quando a procura é muita para a mesma oferta os preços sobem. Mas pode não ser bem assim…

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A preparação da viagem

Há várias táticas a utilizar para obter um bom resultado final. Neste caso optamos por um 3-4-5 bastante ofensivo. 3 porque o bilhete para o jogo foi comprado em março pelo site da UEFA. 4 porque os voos foram comprados em abril e 5 porque o alojamento foi reservado já em maio. Nestas coisas há que jogar pela antecipação. Por altura da compra do bilhete ainda estávamos nos oitavos de final e a reserva do voo foi antes da segunda mão da meia-final. O alojamento, como em Dublin as coisas até são baratas, ficou para uma altura em que já existiam todas as certezas.

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Ah, já agora, o jogo foi o Porto-Braga da final da Liga Europa 2010, no dia 18 de Maio.
Pelo bilhete nada a fazer. 65€ com a esperança da minha equipa estar na final.Passando para o voo. Mesmo em abril, a solução mais económica foi voar do Porto para Stansted e de Stansted para Dublin, no regresso de Dublin para Liverpool e de Liverpool para o Porto. Como em Stansted não há muito para ver, foi apenas uma escala técnica de cerca de duas horas, já em Liverpool a ideia era visitar a cidade, por isso iríamos de manhã e só regressaríamos ao Porto mais à noite. No total das quatro viagens pagou-se 109,35€ por pessoa. Algo bem inferior aos 500€ que se pagava por viagem de ida e volta no mesmo dia. E com uma vantagem, poder passear durante 4 dias entre Irlanda e Inglaterra.

As 3 noites no hotel ficaram ainda mais baratas: 132€ a dividir por duas pessoas, ou seja, 66€ por pessoa, o que dá uns míseros 22€ por noite. Não era propriamente um hotel luxuoso, mas tínhamos um quarto quase nas águas furtadas, um mini quarto de banho privado, uma cama para dormir e limpeza do quarto diária. Não podíamos pedir mais nada por esse preço.

Mas como estar em Dublin e não conhecer o resto da Irlanda é um erro crasso, havia que fazer um investimento, ou seja, alugar um carro que nos desse a liberdade de viajar de norte a sul. Prometeram-nos no site da companhia um preço de 35€ para os três dias ao qual acrescia uma taxa de 28€. Quando chegámos lá, afinal eram 90€ por mais uma série de taxas. Fomos enganados, mas pelo que disseram mais tarde, 90€ não é um preço muito elevado para o aluguer de um automóvel 4 dias com seguro contra todos os riscos.Preço final, sem refeições, mas com viagem, alojamento, carro e bilhete 285,35€, muito menos do que viagens oficiais e oficiosas no mesmo dia e com a vantagem de conhecermos um novo país.

Chegámos mais ou menos pela hora de almoço e descemos de Dublin para as montanhas Wicklow. Uma paisagem granítica muito diferente do que estamos habituados em Portugal. Bem, havia uma coisa a que estávamos habituados, ao vento, que fazia lembrar um belo dia de nortada em Agosto numa qualquer praia entre Afife e Moledo. De resto, florestas a perder de vista com uma densidade de árvores tão grande que lá dentro parecia de noite, eram imensos ramos e a luz do sol não chegava lá. Noutros sítios, a maior altitude, víamos pedras e vegetação rasteira de várias tonalidades. Foi amor à primeira vista, só aquela paisagem já valia a pena.

O regresso foi rápido até Dublin, já que existia uma autoestrada que percorria todo o sudeste do país até à capital. Sem GPS dar com o hotel não foi fácil, mas mais hora, menos hora lá conseguímos. À noite rumou-se a Temple Bar que, por incrível que pareça, é como um templo de veneração a todos os pubs irlandeses existentes no mundo. Por mero acaso, Temple vem do nome do senhor que detinha os terrenos daqueles bares, Sir William Temple, mas há que dizer que o nome da pessoa bate mesmo certo com o local. E por aqueles lados só se ouvia música irlandesa daquela com violinos e copos de cerveja na mão. Uma verdadeira almofada para os ouvidos.

Nesse dia estavam poucos portugueses, mas muita polícia na rua. Porquê? Porque pela primeira vez a Rainha de Inglaterra iria visitar o país e logo naquela semana em que nós também estávamos presentes. A senhora devia ter-se lembrado disso. Nos dois dias seguintes sua majestade ia passear pela cidade, por isso nada de autocarros de dois andares para turistas ou de automóvel a andar pelas principais ruas. Mas nós tínhamos um carro para andar pela Irlanda e queríamos andar no sightseeing… Oh não!
A solução foi fácil, no dia seguinte em lugar de Dublin iríamos visitar o norte da Irlanda e a Irlanda do Norte (são coisas diferentes para eles, coisas estranhas).

Para não haver problemas com a senhora Isabel, bastava acordar às sete da manhã que o problema estava resolvido com uma Irlanda inteira para ver.
Por aqueles lados as estradas rendem bastante. 200km não são menos de duas horas como cá, são mais de três. É que, pelo que parece, os irlandeses em vez de investirem em autoestradas como nós, investiram em tecnologia, educação, saúde e coisas do género. Devem ser mesmo burros, toda a gente sabe que o nosso elevadíssimo grau de desenvolvimento se deve à proliferação de auto-estradas.
Fomos em direção a Londonderry (era assim que aparecia na maioria das placas) por uma estrada que tanto percorria território da República como do Reino Unido. Em nenhum sítio se via uma única placa a sinalizar a transição, pelo que só se sabia pelos sinais do trânsito. Na República da Irlanda as velocidades apareciam em km/h e no Reino Unido em milhas por hora (cheguei a ter a tentação de andar a 30 à hora por momentos).

Por outro lado, enquanto nas terras de sua majestade os sinais de perigo apenas tinham vacas e veados, na Irlanda havia um sinal para cada animal, porque o perigo de aparecer uma ovelha (e eram muitas) era de facto diferente do perigo de aparecer um veado.
Em Londonderry conhecemos os famosos murais e sentimos uma paz diferente, com muros de arame farpado a separar o bairro dos protestantes da zona católica. Muitas Union Jack e muitas bandeiras da Irlanda confrontavam-se nas ruas. Há ali uma tensão estranha no ar. Mas também havia um óptimo Irish breakfast para… almoço.

À tarde seguimos pela costa norte, com muita erva verde e ovelhas chonés a pastar na Península Inishowen onde apanhamos um ferry para a zona de Coleraine. Novamente erva e ovelhas até à famosa Calçada dos Gigantes. Entrar naquela paisagem foi como entrar num livro de Ciências da Terra e da Vida do 10º ano. Aquelas fotografias que estavam nos livros ficavam ainda mais completas connosco. Estávamos a pisar aulas de geologia. E ao vivo ainda era mais bonito. Aquela paisagem absorve qualquer um.

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E mais low cost não há… Deixámos o carro num parque que teoricamente era pago mas que pelo avançado da hora já não tinha guarda. Acabámos por ver gratuitamente uma das maiores maravilhas naturais do mundo e, pelo que vimos, vale bem o preço.
Tão entusiasmados que estávamos esquecemos que já eram quase oito da noite e ainda estávamos a quase trezentos quilómetros de Dublin. A meio do caminho lá comemos num McDonald’s que surgiu do nada e em Belfast (a capital da outra Irlanda) estávamos quase sem gasolina. Também notámos alguma tensão, mas não sei se será habitual ver polícias a sair de metralhadoras do carro e a entrar numa casa. Se calhar foi azar.

O problema é que quase não há bombas de gasolina de serviço às 23 na Irlanda do Norte. Aquilo deve ser como as farmácias, só abre uma ou duas durante a noite. Há algo que ajuda em cidades assim. A simpatia das pessoas. E os irlandeses do norte e do sul são irritantemente simpáticos. São tão simpáticos que deixam qualquer pessoa a pensar “porque é que não sou tão simpático?”
São simpáticos daqueles em que se aparecer um senhor num carro com a matrícula da República da Irlanda a perguntar por uma bomba de gasolina, dizem logo para os seguirmos que nos levam lá. E levam, só faltou mesmo pagar a conta, mas chegámos a pensar que a simpatia ia a esse ponto.

Com tantas voltas, só às três da manhã é que chegámos ao hotel. Uff, que grande dia! Acordámos na expectativa da grande final. Com a cidade já invadida por portugueses, pela rainha e por polícias (cerca de 16 por cruzamento, quatro em cada esquina). Eram tantos polícias que cheguei a pensar que os chapéus e os casacos amarelos fluorescentes eram o traje do dia-a-dia dos irlandeses comuns. Até porque os polícias eram iguais aos restantes irlandeses. Ou seja, a simpatia era semelhante. E quando os polícias são simpáticos e andam sempre a sorrir, é algo para pensar que o mundo vai acabar. Quando eles vêm ter connosco e pedem para tirar fotografias aí é mesmo caso para pedir internamento num hospital. Mas não foi preciso, aquilo era mesmo a Irlanda.

Eram simpáticos mas tinham lá a rainha, por isso no dia reservado a Dublin, não pudemos ir ao Castelo e ao Phoenix Park, o maior parque verde da europa. Ou seja, acabámos a andar a pé por uma cidade de ruas cortadas, a ser abraçados por polícias mas sem ver um único monumento na cidade, para além de estátuas e da rainha (se é que ela não se inclui no grupo anterior). Lá nos disse adeus quem sabe a desejar boa sorte para o jogo. E o jogo correu bem, mas pouco interessa. Não vimos Dublin, vimos a Irlanda.

No dia seguinte estávamos de regresso, passando por Liverpool. O avião atrasou-se e só lá chegámos à hora de almoço. No aeroporto de Dublin conhecemos mais um irlandês simpático que após cinco minutos de conversa ofereceu-se para nos receber em sua casa quando quisermos. Para a próxima já não teremos que gastar dinheiro em hotel. Uma verdadeira amizade low cost.

Em Liverpool, ainda conseguimos ir de autocarro até ao centro e dar uma volta pelo Sightseeing Tour (por incrível que pareça não estava lá nenhuma raínha). Por cerca de 15€ conhecemos a cidade toda em pouco mais de duas horas, algo que não conseguimos em Dublin durante 3 dias de rainha. Na cidade dos Beatles ainda se viam bastantes portugueses que usaram a mesma tática de regresso.

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Um deles foi o advogado que se sentou ao nosso lado dizendo barbaridades ao ponto de ter sido quase posto na rua (ou na pista) por falar durante a demonstração de segurança das hospedeiras. Voltámos ao Porto onde chovia levemente. Não é que na queles dias em ilhas britânicas não choveu? A chuva na Irlanda é demasiado simpática. Eu penso mesmo que própria Irlanda enquanto ilha é muito simpática. Um dia vou ser como ela.

Artigo escrito por Miguel Torres

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